A rotina de um sommelier de cachaça é um verdadeiro mergulho na arte e na ciência que envolvem a produção e apreciação dessa bebida típica brasileira. Para Diego Pavão, sommelier de cachaça, master blender e fundador do O Alambiqueiro, cada dia é uma nova oportunidade de explorar sabores, aromas e a história por trás de cada alambique.
Começando o Dia: A Conexão com os Alambiques
O dia de Diego geralmente começa cedo, com visitas a produtores de cachaça ou conversas com parceiros da cadeia produtiva. Como fundador de O Alambiqueiro, ele valoriza o contato direto com os alambiques, entendendo os métodos de produção e as características únicas de cada terroir. “A cachaça carrega a identidade do produtor e do local onde é feita. Capturar isso é essencial para criar um produto autêntico”, explica Diego.
A Arte da Análise Sensorial
De volta ao seu espaço de trabalho, Diego dedica horas ao que ele considera o coração de sua profissão: a análise sensorial. Essa etapa envolve a avaliação de cores, aromas, sabores e a persistência da cachaça no paladar. “Cada cachaça é uma experiência sensorial única. O papel do sommelier é identificar e traduzir essas características para o consumidor”, diz.
Nesse processo, é comum Diego utilizar técnicas aprendidas em cursos especializados, como o de análise sensorial, e aplicar seu conhecimento em química e microbiologia da cachaça. Além disso, ele conta com um extenso banco de aromas e sabores que acumulou ao longo dos anos.
Criação de Blends: A Combinação Perfeita
Outra parte essencial de sua rotina é a criação de blends. Como Master Blender formado pela ESALQ, Diego combina cachaças de diferentes barris, tipos de madeira e tempos de envelhecimento para criar produtos exclusivos. “É como compor uma música: cada nota é essencial para a harmonia final”, compara.
No processo, ele leva em consideração não apenas o sabor, mas também o apelo visual e a história que deseja contar com o blend. É um trabalho minucioso, que exige dedicação e paciência.
Educação e Disseminação de Conhecimento
Diego também dedica parte de seu tempo à educação e à promoção da cachaça. Seja em workshops, palestras ou nas redes sociais, ele busca desmistificar a bebida e incentivar a apreciação de sua complexidade. “A cachaça é um patrimônio cultural. Meu objetivo é ajudar as pessoas a entenderem e valorizarem isso”, afirma.
Um Trabalho com Paixão
No fim do dia, Diego reflete sobre sua jornada. Para ele, ser sommelier de cachaça não é apenas uma profissão, mas um chamado para preservar e elevar a identidade da cachaça no Brasil e no mundo. “Cada copo conta uma história, e eu tenho a honra de ser o tradutor dessa história”, conclui.
Com uma rotina que mistura ciência, arte e paixão, Diego Pavão demonstra que a cachaça é muito mais do que uma bebida — é uma experiência rica e cultural.