13 de Setembro: O Dia Nacional da Cachaça e a Revolta que Entrou para a História

O dia 13 de setembro marca o Dia Nacional da Cachaça, mas a origem dessa data está ligada a um episódio de confronto direto entre produtores coloniais e a Coroa Portuguesa.

No século XVII, a cachaça já ocupava papel central na economia brasileira. Além de bebida popular, era utilizada como moeda de troca no comércio escravagista com a África, especialmente Angola. O crescimento da “aguardente da terra” reduziu as vendas de vinhos e destilados portugueses no Brasil, o que levou a Coroa a reagir: primeiro com impostos pesados e, depois, com a proibição da produção e venda da cachaça em 13 de setembro de 1649.

A medida gerou revolta. Em novembro de 1660, fazendeiros da região de São Gonçalo depuseram o governador Salvador Corrêa de Sá e Benevides, no episódio que ficou conhecido como Revolta da Cachaça. A repressão veio meses depois: o governador retomou o poder e o líder rebelde, Jerônimo Barbalho, foi enforcado.

Somente em 1661, sob regência de Luísa de Gusmão, a Coroa voltou atrás e liberou a produção da cachaça, reconhecendo sua força econômica.

Embora pesquisas históricas recentes indiquem que o 13 de setembro marcou a proibição — e não a liberação, como se acreditava —, a data tornou-se um símbolo de resistência. A Revolta da Cachaça foi um dos primeiros movimentos de contestação à autoridade portuguesa, abrindo caminho para outros levantes que culminariam na Independência do Brasil.

Hoje, a cachaça é mais do que uma bebida: é parte da identidade cultural do país, presente na música, na literatura, no folclore e no cotidiano brasileiro.

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