Anuário da Cachaça 2025

Anuário da Cachaça 2025

Lançamento do Anuário da Cachaça 2025 no II Festival da Cachaça de Brasília 

O "Anuário da Cachaça 2025", com ano de referência 2024, foi elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Ele apresenta dados estatísticos sobre o registro de estabelecimentos e produtos, além de informações de importação e exportação. Os dados de registro são do Sipeagro, enquanto os de exportação vêm do Comex Stat e Portal Único gov.br. As informações sobre empregos diretos (CNAE 11.11-9/01 - "Fabricação de aguardente de cana de açúcar") foram obtidas do painel Novo CAGED/MTE. Os volumes de produção e estoque para o ano de referência 2024 são provenientes das Declarações Anuais de Produção e Estoques dos estabelecimentos registrados no MAPA.

Registro de Estabelecimentos: Em 2024, o Brasil contava com 1.266 estabelecimentos produtores de cachaça registrados, um aumento de 4,0% em relação ao ano anterior. Este é o terceiro ano consecutivo de crescimento, totalizando um aumento de 35,4% desde 2021. Minas Gerais lidera com 501 estabelecimentos, representando 39,6% do total nacional. A região Sudeste concentra a maioria dos registros, com 828 estabelecimentos (65,4% do total). Amapá e Roraima são os únicos estados sem nenhum estabelecimento registrado. Em 735 municípios brasileiros há pelo menos um estabelecimento registrado, um aumento de 1,8% em comparação com 2023. Viçosa do Ceará/CE superou Salinas/MG em 2024, tornando-se a cidade com mais estabelecimentos (25). Lamim/MG possui a maior densidade de cachaçarias no Brasil, com um estabelecimento para cada 323 habitantes. É importante ressaltar que produzir e comercializar cachaça sem registro no Mapa é ilegal e constitui risco à saúde do consumidor.

Registro de Produtos: O número total de produtos de cachaça registrados atingiu 7.223 em 2024, um aumento de 20,4% (1.225 novos registros) em relação a 2023. Minas Gerais lidera com 2.492 produtos registrados, correspondendo a 34,5% das cachaças do país. A região Sudeste concentra cerca de 60% de todos os registros de produtos. Amapá e Roraima não possuem produtos registrados. O Brasil tem 9.532 marcas de cachaça registradas, uma redução de 9,4% em relação a 2023. Minas Gerais também tem o maior número de marcas (3.478), mas registrou uma redução de 19,9% (863 marcas a menos). Salinas/MG é o município com o maior número de cachaças registradas (292 produtos). Ivoti/RS apresenta a maior média de produtos por estabelecimento, com 61 cachaças por registro. O registro de produtos possui concessão automática e é gratuito.

Exportações: Em 2024, as exportações de cachaça registraram quedas no número de países de destino (de 76 para 74), volume, valor e preço médio do produto. O volume exportado diminuiu 22,7%, de 8.618.832 litros em 2023 para 6.661.879 litros em 2024. O valor das exportações caiu 28,1%, de US$ 20.242.453 em 2023 para US$ 14.544.205 em 2024. O Paraguai continua sendo o principal mercado em volume, recebendo 19,7% da cachaça exportada pelo Brasil. Os Estados Unidos permanecem como o maior mercado em valor, totalizando US$ 3.537.884, o que representa quase 24,3% do mercado de exportação de cachaça. A Europa, com 7 países entre os 10 principais compradores, foi responsável por 45,3% de toda a exportação em valor (US$ 6.592.575). A cachaça com maior valor médio foi a exportada para a África do Sul, a US$ 384,75/L. O Brasil não importa cachaça, pois é um produto tipicamente brasileiro.

Geração de Empregos: O setor de fabricação de aguardente de cana-de-açúcar gerou um estoque mensal de 6.363 empregos diretos em 2024, o que corresponde a 4,5% do estoque de empregos na fabricação de bebidas. No entanto, esta atividade foi a única na cadeia de fabricação de bebidas a apresentar uma redução no estoque de empregos, com uma variação negativa de 0,13% em relação a 2023. O Sudeste é a região com o maior estoque de empregos mensais (2.954 posições), representando 46,4% do total, mas também teve uma redução de 3,53% (108 empregos a menos) em comparação com o ano anterior. O Nordeste apresentou o maior aumento absoluto de empregos, com 99 novas posições (4,05% de variação positiva).

Declaração Anual de Produção e Estoques: O volume total de cachaça declarado em 2024 atingiu 292.459.906,27 litros, um aumento de 29,58% em relação a 2023. A região Sudeste lidera em volume de produção (172.677.987,87 litros), representando 59,04% da produção nacional, embora tenha sido a única região com variação negativa (-2,74%). A região Sul registrou o maior crescimento no volume de produção declarado, com um aumento de 300,57%. A produção de cachaça a partir de cana-de-açúcar queimada aumentou 1.071,2% em relação a 2023, representando 25,38% do volume total declarado. Em 2024, 74,56% do volume foi produzido a partir de cana-de-açúcar crua. A maior parte da cachaça brasileira (35,9% do volume declarado) é comercializada em abrangência microrregional (raio de até 100 km). O volume declarado para abrangência nacional de comercialização teve uma redução de 52,2%.

Outros Produtos Relacionados: Além da cachaça pura, o anuário destaca o licor de cachaça e a caipirinha. Em 2024, havia 33 produtos e 26 estabelecimentos registrados para licor de cachaça em 6 estados, produzindo 12.610,75 litros. Para a caipirinha, foram produzidos 35.797,68 litros por 10 estabelecimentos registrados em 6 estados

Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça: A Câmara Setorial da Cachaça é uma instância consultiva do MAPA que visa articular e propor políticas públicas para o fortalecimento da cadeia produtiva da cachaça. Ela serve como um fórum de diálogo entre o governo, setor produtivo, academia e sociedade civil. A Câmara tem como missão propor políticas de desenvolvimento, promover o crescimento sustentável, apoiar o pequeno produtor, discutir regulamentações, estimular a inovação e valorizar o patrimônio cultural da cachaça. Atualmente, conta com 34 entidades, sendo 24 membros efetivos.

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